Inclusão Digital Versus Exclusão Digital
O termo “inclusão digital” tem sido utilizado somente para distinguir situações de desigualdade no acesso à Internet (o “provimento assimétrico na sociedade de instrumentos de acesso a serviços na web”), recentemente a expressão vem sendo mais bem lapidada, tendo sua abrangência ampliada. Atualmente, ela é empregada para indicar “falhas no provimento pelos governos de acesso universal a serviços de informação e comunicação, indistintamente a todos os cidadãos”.
Inclusão digital é o “processo de alfabetização tecnológica e acesso a recursos tecnológicos, no qual estão inclusas as iniciativas para a divulgação da Sociedade da Informação entre as classes menos favorecidas, impulsionadas tanto pelo governo como por iniciativas de caráter não governamental”.
O agravamento do quadro de desigualdades no acesso às tecnologias digitais tem acarretado debates acalorados entre especialistas a respeito da necessidade da adoção de políticas públicas orientadas para a infoinclusão como instrumento de desenvolvimento das nações mais pobres. Hoje em dia, almejar desenvolvimento nacional sem contar com acesso de qualidade à Internet e às TIC equivale ao que seria uma suposta tentativa de industrialização no século XIX sem contar com fontes de energia suficientes. Segundo essa analise , não há mais como se falar em assegurar saúde, educação, água, eletricidade e segurança às populações de forma dissociada do desenvolvimento tecnológico. Isso porque um país que não possui economia fundamentada nas tecnologias da informação jamais conseguirá gerar recursos de forma sustentável para suprir as necessidades básicas da sua população.
Além disso, tanto o nascimento como a expansão da rede mundial de computadores tenham se dado sobre o comando dos países desenvolvidos, a sua estrutura tecnológica e de conteúdo teria sido moldada de forma praticamente irreversível. Aos que vêm sendo inseridos à rede, cumpriria apenas compreender essa estrutura, com poucas possibilidades de modificá-la substancialmente. Sem falar que, nessa Sociedade da Informação, não existe interesses na criação de oportunidades e na geração de empregos para a grande maioria da população, ou seja, apenas para uma minoria cada vez mais privilegiada e beneficiada. Então, esse abismo que separa os países pobres e ricos, zonas rurais e urbanas, tenderia a se aprofundar de forma crescente.
Ao falar em exclusão sócio-econômica, contribui para a exclusão digital. A inclusão digital deveria ser fruto de uma política pública com destinação orçamentária a fim de que ações promovam a inclusão e equiparação de oportunidades a todos os cidadãos. Sendo assim, é de extrema importância levar em conta indivíduos com baixa escolaridade, baixa renda, com limitações físicas e idosas. Deveriam existir ações prioritárias voltada às crianças e jovens, pois constituem a próxima geração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário